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O percurso do Padre Hélder Fonseca, da nossa Diocese de Angra, é conhecido de muitos sacerdotes e leigos e religiosos. Desde a infância andou por Angra, cresceu em Angra, foi adolescente e jovem em Angra, descobriu a vocação sacerdotal em Angra, foi seminarista em Angra, foi ordenado em Angra, mostrou quanto valia e vale em Angra por essas ilhas abaixo, ausentou-se de Angra para prosseguir estudos eclesiásticos pacificamente aceite por todos; veio licenciado, trabalhou e trabalhou, tornou a sair e regressou com o doutoramento. Um percurso exemplar. E nada de estranho lhe subiu à cabeça. Depois de muito ter feito pela Catequese da Infância e da Adolescência na nossa Diocese com o seu saber de experiência feito, mais a sua erudição e o seu invejável sentido de humor que - no seu caso - cai bem em qualquer lugar. Agora, ei-lo Vigário Geral da Diocese - o nº 2, note-se! - com um trabalho pertinente, discreto, (às vezes dá a sensação que o Ecónomo Diocesano é o maior!) e usando os seus méritos ao serviço da Igreja e não no carreirismo, doença altamente contagiosa...
Hoje, VI Domingo da Páscoa, vinha com a Antena 1 ligada no carro a caminho de casa, depois de ter ajudado os Párocos "in solidum" da Candelária-Monte. O Padre Hélder Fonseca (não fica histérico se não o chamar por Doutor) estava a presidir à Eucaristia Dominical na Sé - Catedral de Angra. Ia iniciar a homilia. Escutei-o como quem escuta uma conversa familiar, num tom doce, afável, convincente, seguro, tipo boa-notícia, terra a terra quanto baste, muito calmo, sem esbracejos e berros estridentes, falando ao coração como um pai à noite a contar histórias aos filhotes, ... E eu fui pensando que ali estava o homem para coadjuvar o Bispo António também com o ministério de bispo, e quando as forças alquebrarem ao nosso Pai António o subsituir de pleno direito. Foi consensual a sua chegada a "nº 2". Agora, talvez possa fazer falta iluminar os ceguetas de visão estritamente terrena, a verem com os olhos do Espírito este futuro que passa pelas pessoas de Igreja e da Igreja nos seus lugares certos. Na nossa Diocese andamos quase todos fora dos nossos lugares. Aquele lugar que, através do diálogo, encaixaria perfeitamente na nossa personalidade e jeito de fazer pastoral (que é uma coisa que nasce connosco e que recebe apenas mais uns retoquezinhos daqui e dali).
Há neste momento na nossa Diocese uma batata quente (entre outras certamente): as colocações de padres. São um autêntico drama, como de mortos e feridos se tratasse. Na minha Ilha do Pico está em cima da mesa ("penso eu de que" - quero dizer com esta expressão do boneco do «Contra Informação» que não soube algo por vias oficiais eclesiásticas, mas por leigos e pelos próprios padres em causa e por isso quem não deve não teme, nem estou minimamente a prejudicar qualquer assunto, entre mãos, de alguns responsáveis na Diocese; da mesma maneira que este artigo deve ser lido no todo e não apenas em frases cortadas para fora do contexto, porque, como diz Manuel Alegre: «A mim ninguém me cala» e não costumo dar colo a nenhum padre. Sei muito bem distinguir um segredo que me contam, daquilo que descubro por mim ou é dito por outrém nas entrelinhas -) o espinhoso imbróglio que vai das Ribeiras a Santa Luzia. Muito campo para resolver em tão pouco tempo e que se vem arrastando em diálogo surdo, neurótico, esquizofrénico, onde é preciso dizer alto e em bom som: BASTA! De quê? De diplomacia que está a tornar-se hipocrisia, de falinhas mansas, de justificações injustificáveis e falaciosas daqueles que estão na berlinda; chantagens do tipo " vou pedir a redução ao estado laical"; "o meu espólio, quem tomará conta dele?"; ...
Até quando este pessoal eclesiástico abusará da nossa paciência?! Povo sofre! Enquanto houver lugares cativos na Diocese...
Amén.
P. S. Já me ia esquecendo que o Padre Hélder se especializou em Teologia Pastoral e teve a inspiração divina de estudar a fundo a religiosidade popular, mormente o Culto ao Divino Espírito Santo. Uma escolha de mestre, lúcida quanto necessária. Que Deus o proteja sempre dos perigos e os maiores são sempre aqueles que partem de dentro da Igreja...
(Agora, para terminar mesmo, não sei se é preciso outra vez "Amén"!)
QUEM CONTA COM PANELA ALHEIA FICA SEMPRE SEM CEIA.