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Há uma data que merece a nossa atenção por altura do fim do Inverno. É o dia de Páscoa onde os cristãos fazem memória da «páscoa» de Jesus (passagem), do mistério da Sua morte e ressurreição.
Para os discípulos de Jesus foi como que a experiência de um grande «big-bang», uma poderosa explosão que iluminou as suas vidas e as suas histórias, um renascer que os transformou com Jesus e os tornou capazes de viverem com uma nova esperança, uma nova certeza: a da Sua presença que enche de beleza e calor a vida! Dizem os cientistas que é impossível os discípulos de Cristo estarem alicerçados numa mentira, numa neurose colectiva e durante tantos séculos. Para os descrentes não deixa de ser uma pedra no sapato...
Para os que são, efectivamente e afectivamente seus discípulos hoje, a celebração da Páscoa evoca este mistério que está na origem da fé cristã e alimenta a fé dos crentes: purifica os olhos para ver a Sua presença e aquece o coração para se levantarem dos fracassos e das dificuldades do dia-a-dia e continuarem a amar e a sorrir à Vida! Neste sentido a Páscoa é a festa da eterna juventude da Igreja, é uma festa jovem por excelência. Coisa que muitos jovens ainda não descobriram, talvez pela razão de haver muitos testemunhos adultos pouco credíveis.
A Páscoa, festa móvel no calendário gregoriano, acompanha a chegada da Primavera, a estação do ano em que a vida renasce do sono do Inverno: as sementes, as folhas, as flores, a maioria das árvores despertam dos rigores do frio e da chuva e a Natureza volta a sorrir. Aos poucos, esta vida escondida, começou a espreitar à janela, irrompendo em toda a sua pujança, como se tudo principiasse de novo, todos os anos, em cada Primavera. É o milagre da vida, ciclicamente renovado.
Na vida das pessoas, como na Natureza, alternam-se as estações, há invernos e primaveras, há dor e alegria, há morrer e ressurgir. Mas na pessoa humana há, sobretudo, uma sede de vida, de felicidade e de beleza que é tão antiga como a própria humanidade: a eterna primavera é a estação para que somos feitos, a nossa verdadeira casa.
A Páscoa de Jesus de Nazaré lembra isto e convida a renascer dos fracassos e dificuldades e a caminhar na vida com esperança.
Por vezes, a vida, as circunstâncias e as pessoas podem ser injustas connosco. Mas mais injusto seria deixar de lutar e de ter esperança, de renascer depois do Inverno e de descobrir que a Primavera é a nossa estação. Por isso, não nos podemos fechar em casulo. A abertura e o encontro com Jesus e os outros são fundamentais: é «nesse encontro», na experiência da doação pessoal e do serviço, que todos temos a possibilidade de renascer e passar da morte para a vida.
«A Primavera vem depois do Inverno, a Alegria depois da Cruz.»
O BOM MESTRE FAZ O BOM DISCÍPULO.