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«Não é tarefa fácil, aproveitando a data jubilosa sacerdotal, tomar a peito a abordagem duma retrospectiva dos 50 anos do Padre José Idalmiro Ferreira.
Sendo uma personalidade multifacetada, autodidacta, intimamente ligada às raízes mais profundas desta terra do Pico, com uma vida apostólica, diversificada e fecunda, fica-nos a sensação de que o mais importante ainda não foi salientado e ficará por dizer.
Na juventude adulta, há 50 anos atrás, apresentou-se a esta Igreja. Pelas diversas paragens ajudaram-no a ser feliz. Revelou-se descalço de todas as certezas num salto para o desconhecido, na Fé. Por onde trilhou a sua fluente vida sacerdotal, mormente no norte desta Ilha do Pico, lançou raízes e abriram-lhe as portas do coração e da sua história, de povo trabalhador, simples e bom. Não o deixaram só. E com eles fez história.
De verbo fluente o Padre Idalmiro é, de facto, uma preciosa relíquia do clero picoense. Foi vê-lo, na flor da juventude, em Santo Amaro, num esforço titânico, a colmatar uma carência inadiável — o tecto da sua igreja; ao longo destes 50 anos de sacerdócio ministerial a calcorrear caminhos porque tantas almas o esperavam — era o Sr. Pe. Pregador; nestes tempos últimos, a compilar aquilo que sempre foi o seu forte — o palpitar da alma do povo picoense, o povo que ele como ninguém compreende e interpreta — e ei-lo com uma obra editada, um marco histórico, uma referência obrigatória; uma pedra basilar no surgimento da dinamização bíblica na Igreja que está no Pico.
Um homem que se impôs por aquilo que é. Respeitado. Amado. Ambicioso. Amigo. Sorriso rasgado. Acolhedor. Fazedor de histórias e de estórias. Pedagogo. Arrastando atrás de si uma multidão de admiradores. Com os irmãos no sacerdócio — sempre pronto!
Quem é o homem do Pico? No Padre José Idalmiro uma porta aberta para o desvendar.»
P. S. Este artigo foi escrito por mim a pedido do Dr. Manuel Tomás então director do jornal Ilha Maior e publicado a 15 de Novembro de 1995. Como não tinha cópia do mesmo (descuido imperdoável) o actual director David Borges teve a amabilidade e a paciência de o vasculhar juntamente comigo entre as folhas dos livros encadernados de arquivo do citado jornal porque desconhecia a data precisa. Gostava tanto de o publicar neste meu (e vosso) jornal electónico. Para perpétua memória. Ei-lo aqui recuperado do tempo que passa. Morre apenas aquilo, aqueles(as) que desaparecem dos pensamentos e dos corações de todos nós. Teimo em não deixar esquecer aquilo e aqueles(as) que simplesmente foram à nossa frente. Tristes e desgraçadas as gerações que esquecem que houve tanta e abundante sementeira de gente valorosa antes de nós. E que somos gente feliz e confiante no futuro porque eles cavaram os alicerces daquilo que somos e temos, seremos e teremos. Um legado patrimonial invejável. Bem hajam!
BEM DIZER FAZ RIR, BEM FAZER FAZ CALAR.