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Mal se teve conhecimento do passamento do P.e José Idalmiro Ferreira, preciosa relíquia do Clero que o Pico tinha e toda a Diocese de Angra, foi a consternação geral. Ele foi uma marca em muitos fiéis baptizados com a sua palavra inflamada. Muitos lhe devem uma ligação afectiva e efectiva à Igreja que ainda mantêm. Tenho presente os seus sermões célebres, sobretudo nas missas do dia do Bom Jesus de São Mateus. E isto desde muito criança. Tive oportunidade de me referir a ele por escrito, aquando dos 50 anos de sacerdócio, no jornal Ilha Maior em 1995. Disse-me ele em particular: «Foi o artigo que mais gostei, que mais me tocou».
Foram acorrendo à igreja matriz de São Roque durante a tarde e noite desse dia larguíssimas centenas de amigos, conhecidos, antigos paroquianos, admiradores, colegas, enfim, um último adeus sentido e silencioso, respeitador da hora em que se vivia. Um gesto muito bonito, sem dúvida. Longas horas sentados na igreja em recolhida oração e acção de graças pelo dom daquele sacerdote à sua Igreja.
Tive oportunidade de participar discretamente na vigília de oração, que constou, pelas 20,30 horas de Eucaristia com Vésperas dos Defuntos cantadas, presidida pelo venerando bispo Arquimínio da Costa. Um acto litúrgico sereno, comovente, interiorizado por tantos e tantas, vivido sempre numa perspectiva de Ressurreição. As leituras bíblicas escolhidas com o máximo critério, o salmo do Bom Pastor, os cânticos pascais e sacerdotais, que falavam da Jerusalém celeste e nos davam um cheirinho de saudades da eternidade bem aventurada, a homilia do pároco p.e Marco Gomes...
Realço da homilia, de si brilhante, com uma "teologia do mais além" absolutamente actual, sem ranço de velharia intragável, a exposição fascinante sobre a morte, a vida, o cadáver (impressionante), o que realmente podemos e devemos (ainda) esperar, o que significa morrer em Cristo, o que mais fazia sofrer o coração do p.e Idalmiro, e este nunca usar da palavra "não" quando implicava disponibilidade e serviço aos outros... E os sacerdotes todos revestidos de branco, cor pascal. Quase, outro dia, um "servo de Nosso Senhor", que anda por aí a arrastar a asa, ia-me convencendo que a cor preta talvez fosse a ideal e aceitável. Não espera pela demora. Lá estarei...
Começa-se, com toda a naturalidade, a paramentar os sacerdotes falecidos com a cor litúrgica da Páscoa. Um verdadeiro sinal dos tempos que muito me apraz registar. Haja bom senso, que eu aplaudo.
Presente o bispo diocesano, mais uma embaixada de sacerdotes faialenses, no dia seguinte. Tudo, pelas 12 horas, foi na eucaristia exequial duma beleza impressionante. Um primor a personalização das rubricas litúrgicas quanto a presbitério, acólitos, leitores, cantores e pároco. De facto a beleza, a simplicidade e a elegância devem ser assumidas por todos os intervenientes duma celebração litúrgica (a totalidade dos participantes). Sem beleza, sem o conceito de beleza experienciado, devíamos ficar simplesmente quietos. Beleza litúrgica: uma realidade pouco assimilada, pouco observada.
Novamente nas palavras do bispo a questão assumida do branco litúrgico (como se ainda fosse preciso); a doação do p.e Zé (assim era chamado por certos íntimos), do «Velho Lobo» (para os colegas mais atrevidos em relação a ele - todos afinal!) à sua terra e suas gentes, também na cultura popular; as sentidas condolências a familiares, comunidades que serviu;...
Uma palavra ainda justa ao Ouvidor do Pico, que desde o primeiro momento, em nítida colaboração com os familiares do venerando extinto, de braço dado com o pároco e Comunidade de São Roque onde serviu e residia na manência (que nunca chegou a sê-lo dada a sua actividade constante), teve um papel fundamental, como se afirma e exige no direito canónico, na riqueza e aprumo de todas as fases exequiais. Afinal era o nascimento para o céu dum homem de Deus, da Igreja, do Pico, que tanto com ele se identificava.
Fiquei mais rico depois daquela celebração. Falou-se do Céu, não se esqueceu a Terra, senti-me peregrino da Pátria Celeste, o silêncio falou bem alto da grandeza dum gigante que tombou trabalhando até ao fim na Vinha do Senhor.
Que o livro que tinha entre mãos para ser publicado, segundo me afirmou fonte segura, não fique no esquecimento.
Enquanto Ouvidor de São Roque devo-lhe a lucidez e assertividade no trato com assuntos delicados a que fui sujeito.
Até sempre!
A criatura masculina que levanta a mão para uma mulher só tem um remédio fiável: capá-lo...
A evolução da mentalidades tem evoluído em tantos aspectos mas perante este fenómeno tem andado a passo de caranguejo (para trás). E com uns copitos é tareia certa... E um copito, sobretudo em Portugal, é sinal de masculinidade e autoritarismo garantido!
Consulte. Tem muitas ajudas para se ser um bom catequista. O sítio na net é:
ANTES MARIDO FEIO E LABORIOSO QUE BONITO E PREGUIÇOSO.