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NO DIA DE SÃO MARTINHO VAI À ADEGA E PROVA O VINHO.
A vida do invejoso tem um vício de fundo, pois não tende para o bem, mas para a aprovação e para a glória. O invejoso sofre quando nota que aquele, a quem ele considera rival, tem mais do que ele, seja no que for.
O invejoso alegra-se mais com o mal alheio do que com o seu próprio bem. É um estado de alma que a sabedoria de Dante admitia com toda a sinceridade: «... com os males alheios / fiquei mais feliz do que com a minha felicidade» (Purgatório,XIII, 110-11; e o poeta justiceiro, recorrendo à pena de talião, encontrou numa grande «agulha» que «fura e cose os olhos» a justa pena para quem vive a olhar mais para os outros do que para si.
Os destinatários da inveja são sempre pessoas relativamente próximas, colegas com quem se tem (forçosamente) de conviver, que pode pertencer ao mesmo "sindicato" (entenda-se, profissão ou quialquer coisa do género), a quem o invejoso guarda rancor e maldade, declarando-se hipocritamente seu amigo. É tão mau que, frequentemente, é suspeitoso, melindrável e insociável.
Por vezes, a maldade torna-o opositor mesquinho por despeito e só as afirmações grotescas (e porcas!) que usa para levar o opositor a fazer má figura na sociedade é que descobrem o seu rancor.
Muito importante: é um doente, vítima de atormentado estado de alma, misto de cólera e de rancor, de preocupação e de sofrimento; sofre sempre mais com o bem dos outros do que com algum mal seu, desejando sempre a ruína do rival. Ruína esta que pode ser qualquer coisa. Logo que o faça satisfeito morbidamente...
O invejoso assume todos os papéis para prejudicar quem lhe tirou a glória (que devia ser só para ele), desde o de delator ao de caluniador, desde o de amigo ao de falso amigo. E isto, porque é capaz, com diabólica perfídia, de fingir-se amigo sincero do invejado e dar-lhe conselhos prejudiciais fazendo-lhe crer que são sugestões de uma amizade sincera.
Que bom seria o invejoso se se libertasse do vício, deixando doentiamente, de se preocupar com o que podem e valem os outros e procurar unicamente melhorar-se a si mesmo! De facto, o confronto doentio rouba um tempo precioso à nossa tendência para o bem.
Depois, se o invejoso preferir conviver com a sua paixão tão mesquinha e com o seu rancor tão injustificado não pode evitar ouvir um satisfeito e sadio «rebentas de inveja!» que lhe chega de quem o vê sofrer, roído por um vício que , simplesmente, não quer vencer.
Isto, dentro da Igreja, tem um sabor especial. Com o problema do CARREIRISMO, da qual o responsáveis da Igreja e as suas leis curiais, têm carradas de culpa no cartório...
E como sou, por formação, uma niquinha freudiano, será que dentro da Igreja é tudo uma questão de tamanho dos "frutos pendentes"?! Terá começado tudo, biblicamente falando, por esta questão tão melindrosa?...
Bem: tudo é (e já foi) possível dentro da Igreja!
Esta ilustração não podia ser mais exaustiva do que acabo de afirmar...