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O INVEJOSO

por Zulmiro Sarmento, em 20.10.08

    

 «A sociedade baseia-se na inveja», afirmou paradoxalmente Helmut Schoeck num livro famoso de 1971, intitulado A Inveja e a Sociedade. E talvez não esteja errado, pois o ressentimento e a inveja são frequentemente a mola profunda de muitas acções dos homens. A inveja está presente, mesmo quando escondida por detrás de raciocínios subtis; está presente, mesmo quando se manifesta como desejo de ser invejado e move quem aspira a cargos públicos (políticos e sobretudo religiosos!) e quem procura afirmar-se em todas as actividades que dão mais prestígio que dinheiro; está presente em quem procura provocá-la nos outros com a ostentação do luxo.

     A lógica do invejado é causar desprazer aos outros; ultrapassar o invejado é a aspiração do invejoso. Talvez a inveja seja característica de todos, porque é difícil encontrar uma pessoa tão generosa que não sinta um pequenino desprazer com a sorte alheia.

     Então é preciso reconhecer que magnânimo não é quem não sente inveja, mas quem a vence imediatamente. Mas uma competição sadia pode estar imune de rivalidade e inveja.

     Seja como for, o invejoso não só não vence imediatamente a inveja, mas até está cheio dela e é completamente dominado por ela.

     Tem os olhos sempre voltados para os outros: sofre amargamente com a felicidade deles, sente uma dor profunda (sobretudo nos cotovelos!) do bem que possuem e espera que se transforme em mal.

     É maior o receio de que os outros tenham êxito na sua actividade (política e sobretudo religiosa!) do que o esforço que faz para ser mais bem sucedido na sua vida pessoal.

     A inveja é uma das filhas do orgulho ferido que não tolera os êxitos dos outros; talvez receie ser ultrapassado mesmo quando descaradamente afirma: «Não tenho que invejar nada a ninguém!».

     Confesso que não vou ficar por aqui. Embora saiba que de nada vale insistir na tecla da inveja. Quando a ronha  vem de "meninos da Igreja" (que não há maneira de crescerem!) é tempo perdido. Nem com dez anos na psiquiatria a batalhar em infantilidades, muitas vezes vícios que se aprenderam na família na mais tenra infância (como denuncia a foto abaixo!) e que o Seminário foi terreno propício ao avolumar da doença.

 

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publicado às 12:55

Jardim dos pensadores

por Zulmiro Sarmento, em 20.10.08
  •      Para falar ao vento, bastam palavras. Para falar ao coração, são necessárias obras.     P. António Vieira
  •      Procura ter o prazer de ver morrer os teus vícios antes de ti.     Séneca
  •      O melhor método para fazer muita coisa, é fazer uma só de cada vez.     Grey
  •      A alegria é uma coisa maravilhosa: quanto mais a comunicarmos, mais a temos.     Snneider
  •      A bondade tornou serena e feliz a minha vida.   João XXIII
  •      Se as estradas que percorres são de paz e justiça, irei contigo.     Paul Simon
  •      O diálogo começa quando estamos certos de ter alguma coisa a aprender do outro.     Garaudi
  •      Um bom coração é um milhão de vezes mais precioso que a agudeza intelectual.     Mahatma Gandhi
  •      Penso que este mundo seria um céu aberto, se tratássemos os nossos semelhantes como tratamos os nossos animais de estimação.     Albert Guérard

 

 

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publicado às 09:41

Cada dia um

por Zulmiro Sarmento, em 20.10.08

A RICO NÃO DEVAS E A POBRE NÃO PROMETAS.

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publicado às 09:40


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