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Um dia, Raoul Follereau, ao visitar uma leprosaria numa ilha do Pacífico, ficou surpreendido: entre tantos rostos desfigurados e quase mortos, havia um homem que conservava uns olhos límpidos, vivíssimos, e com um sorriso que a todos iluminava sempre que lhe diziam uma palavra amável ou lhe davam alguma coisa.
Quando quis saber o que mantinha esse leproso tão agarrado à vida, disseram-lhe que observasse o que sucedia todas as manhãs.
Raoul Follereau descobriu que, todas as manhãs, o homem descia para o pátio e sentava-se diante do alto muro que cercava a leprosaria. Esperava ali até que, a meio da manhã, aparecia durante alguns segundos outro rosto. Era um rosto de mulher, idosa e enrugada, que sorria. Então o homem comungava aquele sorriso e sorria também.
A seguir, o rosto da velhinha desaparecia e naquele breve instante o leproso tornava-se, resplandecente, já tinha alimento para aguentar mais uma jornada e aguardar que, no dia seguinte, regressasse o vulto sorridente.
Essa mulher era a sua esposa. O leproso comentava: «Ao vê-la, sei que ainda estou vivo!»
Esse olhar de amor era, de facto, suficiente para transfigurar esse doente, para lhe dar vida. Um olhar de amor faz esquecer as dores e restaura as forças. Um olhar de amor puro tem uma poderosa energia. É sinal visível do amor de Deus.