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Sinais Quaresmais

por Zulmiro Sarmento, em 01.03.08

Um exemplo simples da austeridade litúrgica da igreja do Curato do Monte (Candelária do Pico):

 

 

Mais uma vez a colaboração particular e sigilosa de membros da Comunidade, mais as zeladoras dos Oratórios da Sagrada Família e o Conselho de Assuntos Económicos do Curato tornou possível estas peças de artesanato (bordado à mão) vindos duma casa da Bélgica.

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publicado às 12:26

O Caminho Quaresmal

por Zulmiro Sarmento, em 01.03.08

Neste tempo litúrgico temos um paradoxo: quando a Quaresma, socialmente, parece já não existir, na teologia e na liturgia ganhou tesouros preciosos. «Perdemos ambiente, mas ganhámos realidade. Aí está a Quaresma como um desafio.»

 A Quaresma é um possível caminho de renovação, de progresso cristão, mas é um caminho pouco e mal conhecido. Há que saber segui-lo e valorizá-lo, etapa a etapa, dia a dia, através da sua liturgia, da sua espiritualidade, dos seus «exercícios». De certo modo, temos de ser nós a criar a Quaresma para a provar e viver. Somos nós os responsáveis pelo nosso próprio caminho. Tão bom seria não deixarmos passar vazio este tempo fecundo. «Olhai agora este tempo favorável - diz São Paulo -; olhai agora o tempo da salvação» (1 Cor 6,2).

Insisto: desde há uns bons anos, a Quaresma não existe. E isto ocorreu, mais ou menos, desde que a Quaresma recobrou novas riquezas, extraídas das velhas arcas e , sobretudo, desde essa fonte de reflexão que brotou na Igreja com os ares do II Concílio do Vaticano (para quem os "cheira", claro!). Acontecia que antes havia uma Quaresma de sinais civis. Na Quaresma ficava anulado tudo o que pudesse ter um carácter frívolo ou profano. Como permitir espectáculos ligeiros, quando a sociedade tinha entrado na seriedade da Quaresma? Reinava uma certa simbologia colectiva, privando-se à força de coisas prazenteiras e, por outro lado, os pregadores quaresmais exerciam a sua áspera função profética nas nossas igrejas... com um discurso aterrorizador na maior parte das vezes em lausperenes, sermões do «encontro» de procissões de passos, de confissões mórbidas por parte dos confessores, ... (contam-me que ainda hoje estas coisas acontecem, para meu desencanto, sobretudo com padres novinhos!!).

Nas comunidades eclesiais, onde se operou uma forte varridela de sinais penitenciais, se tenha de repensar as coisas com o passar dos anos e optar equilibradamente por certa fisionomia quaresmal de que hoje carecemos. Insisto: de facto com a teologia e a liturgia conciliar deu-se um salto qualitativo. Perdemos ambiente, mas ganhámos realidade. A operação foi rentável. Nada de pessimismos.

Com que atenção leio e releio as «conferências quaresmais» de alguns bispos portugueses, que se pode ter acesso em www.ecclesia.pt ! Estas ditas «conferências», de carácter recente (têm apenas alguns anos) parece um voltar simpático aos tempos patrísticos dos primeiros séculos da Igreja, que hoje são uma referência e uma fonte de conteúdos riquíssimos para digerir não só espiritualmente. Alguns bispos da Igreja que está em Portugal são de facto pessoas fora de série! Escolhidos a dedo pelo Espírito Santo. Eu não tenho dúvidas!

Que extraordinária riqueza pode ser o aproveitamento das Jornadas Bíblicas dos Açores, nas ilhas Terceira, Pico e Faial sobre o Evangelista Mateus! No Pico começam a 3 de Março no confortável Auditório da Escola Básica e Secundária de São Roque com sessões a começar às 20 horas e a durar sensivelmente 1,30 horas, e terminam a 7 de Março (de 2ª a 6ª feira, portanto). Os conefencistas ( P.e Joaquim Carreira das Neves e P.e Teodoro Medeiros) são pessoas de renome e com provas dadas na matéria bíblica. Os temas, a partir do Evangelista são simplesmente espectaculares. Num Auditório para 200 pessoas, que bom seria vê-lo a abarrotar de cristãos baptizados, ávidos de conhecimentos bíblicos, tão importantes hoje. Sem um conhecimento profundo do Evangelho não há cristianismo que resista a esta avalanche de laicismo e amoralidade...

Uma Quaresma a fundo é, sem comparação, mais que uma programação de actos espirituais e penitenciais. Uma Quaresma é voltar o rosto para o Senhor. Uma Quaresma é um desafio à nossa fé, ao diálogo sincero com os nossos irmãos e irmãs num projecto de vida evangélica.

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publicado às 10:49


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