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Volto ainda mais uma vez a este tema de formação pessoal e social (que é a minha área de formação profissional).
Sabemos que opor-se ao consumismo é nadar contra a corrente, algo muito difícil que só os mais lúcidos e com inteligência emocional, os de personalidade forte, podem conseguir. Porém, frente ao abuso e agressividade da nossa sociedade de consumo, algo se pode fazer.
Lembro-me perfeitamente de, numa altura da minha vida, quando tive de adquirir bens para rechear a minha casa quase do zero, fiz-me sócio da revista «Proteste». Ajudou-me no preço-qualidade , etc..
Dialoguemos de forma construtiva sobre esta matéria e teremos grandes ganhos, muito maiores do que os malabarismos para poupar no IRS.
Aqui vão sete achegas que podem ajudar a conquistar de novo o nosso «eu», que queremos saudável neste domínio:
Quando falamos de drogas todos ficam a pensar no álcool, no tabaco, nas drogas ilícitas. Mas o consumismo não será uma droga?
Não é preciso ter um olhar de milhafre para ver que todos os membros da sociedade se uniformizam, compram e vivem conforme as indicações do marketing. O consumismo é droga porque cria necessidades e dependências.
O sistema económico que temos é muito subtil para nos manipular, para despersonalizar as pessoas, deixando-as carentes de valores morais, criando autênticos autómatos. Consegue que os indivíduos se sintam identificados entre si quando consomem tal marca, compram em determinadas lojas, usam as mesmas palavras, defendem o mesmo clube, alimentam-se de forma parecida, optam por uma carreira pensando mais no que irão ganhar que em saber se têm vocação para essa profissão... Tudo isto são sintomas da doença do consumismo.
O consumista converte-se num objecto vazio que se vai enchendo de compras para se sentir pessoa.
É uma atitude análoga à do alcoólico ou à do drogado, desses que dependem da sua droga para funcionar.
Os consumistas chegam a ser sectários, pois sentem-se diferentes e marginalizam os que não correspondem ao seu padrão. Por exemplo, não é raro que nas escolas dos diversos níveis se ridicularizem as crianças e adolescentes que não usam tal marca de ténis ou de roupa, ou porque os pais têm um automóvel da "Guerra de 14". E dentro das escolas, que se saiba, não são os (maus) professores - segundo a senhora ministra - a ter esta atitude para com os seus alunos. O consumista, por exemplo, se ler este artigo, vai cuspir-lhe em cima, porque nunca está convencido que o é...
Os consumistas vivem dia a dia, não conseguem prever o futuro, enchem-se de dívidas acima do valor dos seus ordenados, hipotecando até a dignidade e carecem de critério próprio. São ególatras , insolidários , indolentes e imitadores. Só se mobilizam quando o diz a televisão.
Dizem coisas como isto: " É verdade, disse-o a televisão!"; " Compro tal marca porque a usa tal cantor, tal artista, tal figura do jet-set e eu vi numa revista"... Não têm capacidade de análise, são uma espécie de teledirigidos que não distinguem o bem do mal. E a cura para esta doença não se alcança em dias, nem em meses... às vezes requer tratamento especializado (assunto tabu nos nossos meios).
Nota: no saco de compras pode ler-se que "O SHOPPING É UMA DROGA E CAUSA DEPENDÊNCIA. NÃO EXPERIMENTE".