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Receita para um ANO FELIZ

por Zulmiro Sarmento, em 31.12.07

         

Tome 12 meses completos. Limpe-os cuidadosamente de todo o desespero e amargura, ódio e inveja. Corte cada mês deste ano em 29, 30 ou 31 pedaços diferentes, mas não os cozinhe à pressa  e todos ao mesmo tempo.

          Prepare um dia de cada vez com os seguintes ingredientes: uma mão bem cheia de optimismo, duas mãos cheias de paciência, q.b. de coragem e algumas horas de trabalho (para os professores se forem 10, 11 ou 12 horas não faz mal porque a senhora ministra gosta e o senhor secretário dos Açores, também). Junte uma dose de esperança. Tempere com uma pitada de oração (este ingrediente essencial deve cozer em lume brando).

          Coloque tudo num recipiente de amor. Cozinhe bem ao fogo de uma alegria radiante. Guarneça a apresentação com um sorriso puro e sirva com toda a amabilidade.

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publicado às 20:24

O Tempo do Natal

por Zulmiro Sarmento, em 24.12.07

Muitos séculos depois da criação do mundo,

Quando Deus no princípio criou o céu e a terra;

Muito tempo depois do dilúvio;

Mais de dois mil anos após o nascimento de Abraão;

Cerca de mil e quinhentos anos depois de Moisés

e da saída do Egipto do Povo de Israel;

À volta de mil anos após a sagração do Rei David;

No septuagésimo quinto ano da profecia de Daniel;

Na centésima nonagésima Olimpíada

e no ano setecentos e cinquenta e dois da fundação de Roma;

No ano quarenta e dois do Imperador Octávio Augusto;

Na sexta idade do mundo terrestre,

Com todo o universo em Paz:

JESUS CRISTO

Deus Eterno e Filho do Eterno Pai,

Querendo santificar o mundo com a sua misericordiosa vinda,

E tendo sido concebido pelo poder do Espírito Santo,

NASCEU EM BELÉM DE JUDÁ

Da Virgem  Maria

SENDO DEUS FEITO HOMEM:

É o NASCIMENTO de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo a carne.

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publicado às 15:59

Um sonho de Maria de Nazaré

por Zulmiro Sarmento, em 23.12.07

          «Eu tive um sonho, José.

          Não o entendi muito bem, mas parece que era a respeito da celebração dos anos do nosso filho. Eu penso que era a respeito disso.

          As pessoas andavam há seis semanas a preparar esta festa. Tinham decorado e iluminado a casa e comprado presentes muito bonitos. Mas era curioso notar, que esses presentes, não eram para o nosso filho.

          Embrulharam esses presentes em papel muito bonito, amarraram-nos com fitas de várias cores e colocaram-nos debaixo de uma árvore. Sim, uma árvore, José, dentro da própria casa.

          A árvore também estava enfeitada. Os ramos estavam cheios de bolinhas luminosas e decorações brilhantes. Havia uma figura no ponto mais alto da árvore. Parecia a figura de um anjo. Oh! Era tão bonito!

          Toda a gente se ria e se mostrava feliz. Todos entusiasmados com os presentes.

          Deram os presentes uns aos outros, José. Não os deram ao nosso filho que fazia anos. Deu-me tanta impressão, que as pessoas nem sequer o conheciam, pois nem mencionavam o nome dele.

          Não é estranho, que as pessoas tenham tanto trabalho para celebrar os anos de uma pessoa que nem sequer conhecem?

          Tive mesmo a sensação que se o nosso filho aparecesse nesta festa seria um intruso e de certeza não seria bem recebido.

          Tudo estava tão bonito, José, é toda a gente estava tão contente, mas... deu-me tanta vontade de chorar.

          Que tristeza para o nosso filho Jesus, não ser desejado, nem sequer na festa dos seus anos.

          Sinto-me contente por ter sido apenas um sonho.

          Que terrível, José, se isto tivesse sido verdade!»

Este escrito perturbador, criado por alguém desconhecido, imbuído do verdadeiro sentido do Natal, chegou-me às mãos, pelos correios, duma amiga professora do 1º Ciclo. Pensei logo partilhá-lo com todos. É o tal remar contra a maré daqueles (Maçonaria!) que conseguiram com bastante êxito afastar Jesus do Natal como alguém estranho, simplesmente desconhecido. Um familiar mostrou-me, em conversa recente, que as crianças à pergunta sobre quem dá as prendas afirmam logo que é o pai natal e se interpeladas com o Menino Jesus, respondem atónitos: «quem é esse?!». E isto em ambientes ditos cristãos e que  se abrigam sobre o manto protector do Santuário do Senhor Bom Jesus...

Bem dizia o teólogo e profeta  Karl Rahner nos anos sessenta, tempos saudosos pós Concílio: «A Igreja será uma minoria»... Já é! O que há é paleio e gente "baptizada - pagã" a usufruir e exigir sobre (quase) ameaça, coisas religiosas às paróquias como "estações de serviço", para reabastecimento. E o que fica: reportagens fotográficas e em vídeo de um tempo – este agora! – para arquivo de fantochadas.

Quando é que esta gente entende que o rei vai nu, aliás, a Igreja vai nua?! Quem o dirá? Aqueles que ficarem para a história como loucos e tarados...? Sempre foi assim que os trataram. Porque havia de ser diferente agora!! Eu ando na lista já faz muitos anos. Com satisfação. Porque amo a Igreja. E fujo da tentação demoníaca de ser «funcionário» instalado, de Deus e da Igreja, com indumento e tudo... que ao ridículo vai um milímetro!

 

                                          

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publicado às 12:42

10 Desejos Humanos

por Zulmiro Sarmento, em 17.12.07

Chegou finalmente a quadra natalícia. Que começa oficialmente na noite mais branca do ano. Até ao último momento há quem esteja a fazer relativas longas listas de compras com o intuito de presentear os seus “mais queridos”. Não censuro esta atitude. Reconheço até que, não sendo longa a minha lista, também não consigo fugir à prática da “prendinha pra família e pros amigos”.

Neste Natal, contudo, gostaria de ser um pouco mais ousado e, já que me recuso a acreditar no “Pai Natal made in Atlanta, Ga, USA”, pedir ao Menino Jesus que coloque no sapatinho da Humanidade 10 prendinhas. 10 simples presentes que, julgo eu, poderiam contribuir para a melhoria da situação dos Direitos Humanos no Mundo:

1º A canalização de 0,7% do PIB de cada país rico para o desenvolvimento das regiões mais empobrecidas do globo.

2º A fiscalização do cumprimento das Resoluções Internacionais sobre a protecção ao meio ambiente, em especial o Protocolo de Kyoto, bem como o último que anda na forja à busca de melhores dias, porque com sua majestade os Estados Unidos da América, só nos resta esperar mudanças de cabeças…ou o fim da era Bush (dá no mesmo). Valha-nos Al Gore que fez chegar-se a consensos. É a sorte do mundo que está em causa…

3º A assinatura de um Pacto Internacional que vise a redistribuição da riqueza e do trabalho com maiores critérios de justiça.

4º A efectivação do Tribunal Penal Internacional e o fim da impunidade nos casos de violações internacionais dos direitos humanos e de crimes contra a humanidade, visto que estou farto de diplomacias hipócritas.

5º A abolição da pena de morte em todos os países do mundo, mas de todos mesmo, sobretudo a começar por aqueles que o fazem por motivos religiosos, imagine-se só.

6º A assinatura de um Tratado Internacional sobre a fabricação e o uso de armas e munições, que proíba a sua comercialização livre em qualquer bairro da esquina.

7º O cumprimento das normas definidas pela OIT (Organização Internacional de Trabalho) sobre o trabalho e a eliminação de todas as formas de escravidão.

8º O estabelecimento de normas internacionais que limitem o tamanho das propriedades agrícolas e permitam Reformas Agrárias verdadeiramente democráticas em qualquer país do mundo.

9º A concretização real do acesso ao direito de asilo nos países economicamente mais desenvolvidos.

10º A submissão de todas as decisões económicas internacionais ao princípio dos direitos fundamentais à vida e à saúde. Pode ser que nos aconteça rápido o sonho de nascer no Pico ou, então, como dizia um bispo picoense já falecido aos amigos: «vou residir em São Miguel porque no Pico só sabem passar apenas certidões de óbitos».

Por esta altura já muitos terão torcido o nariz, uns poucos terão concordado, complementado ou criticado estes “desejos humanos”. Certamente haverá quem lhe chame, pejorativamente, “utopias”. Por mim, prefiro chamar-lhes apenas “Sonhos de Natal”.

E, se os leitores acharem que estes 10 desejos são “pedir muito”, fica o convite para que todos possamos pôr “mãos à obra” e fazer com que, pelo menos, a concretização de um deles comece a ser possível. E em Portugal alguém comece a explicar-me (seria o 11º “desejo”), como se eu fosse uma criança de três anos, essa camuflagem de “Constituição Europeia” que andaram a esconder em Lisboa neste Dezembro, com referendo futuro ou sem ele. Apenas sei uma coisa: dos nossos bolsos foram só dez milhões para eles usarem uma esferográfica…

E já agora ando (andamos) todos enfastiados de alguns ministros e/ou burocratas de teimosias, arrogâncias, prepotências e autismos.  Talvez se pudesse fazer alguma coisinha nesse sentido porque é necessário, é urgente, mudar de estilo… Cabia tudo no sapatinho da chaminé!

E sei mais uma coisa: quanto melhores estatísticas mais subsídios. Peçamos ao Menino de Belém que haja em Portugal (e Açores) quem as continue a falsear ou interpretar de forma mais brilhante ainda…

Votos de um Natal 2007 muito feliz e a todos um excelente 2008!

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publicado às 17:30

As atitudes do Advento

por Zulmiro Sarmento, em 09.12.07

          Como devemos viver o Advento? Quais são as atitudes e os sentimentos que se tornam mais presentes neste tempo?

          Os tempos litúrgicos ajudam-nos a destacar e a viver com maior intensidade determinadas atitudes e aspectos da vida cristã durante um tempo concreto. São atitudes e aspectos que há que viver sempre, mas, como pessoas limitadas que somos, não será pior que, durante um tempo, se dê relevo a uns e, depois, noutro tempo, a outros. Assim, ao longo do ano, vai-se suscitando em nós toda a riqueza do nosso ser cristão.

          Durante o tempo do Advento, pode-se destacar, sobretudo, cinco atitudes: 1) Viver a esperança; 2) Preparar o caminho do Senhor; 3) Despertar os sentimentos de alegria; 4) Aprofundar o espírito de oração; 5) Aprender a paciência.

          Devia haver formação bíblica e litúrgica nesta altura para desenvolver estas atitudes. Para não perdermos o Natal de Jesus. Eu sinto que ele já não é nosso...

          Uma igreja deve estar funcional, enfeitada, recheada de símbolos, que façam viver o Advento e apontem para o verdadeiro Natal. Creio que na Ouvidoria do Pico, desta Diocese de Angra, a igreja da quase-paróquia (curato) de Santo António do Monte, por empenho dos seus membros, é aquela que está melhor servida, mais completa, neste sentido. Honra lhes seja feita porque compreenderam quem os quis sensibilizar. As fotos não oferecem dúvidas, quanto ao roxo e aos símbolos que apresentam, absolutamente bíblicos e litúrgicos do Tempo do Advento, com a «coroa», um ícone de Maria Imaculada, o tronco de Jessé e o seu rebento na coberta do ambão, o Senhor que vem glorioso no fim dos tempos na toalha do altar, a estrela e as quatro velas da nossa caminhada de quatro semanas em duas grandes cortinas, um cartaz oficial do tempo em local visível, uma frase ou palavra-chave diferente no placard do cata-vento em cada domingo,  a entronização da Palavra numa estante, tal como refere o II Concílio do Vaticano, afirmando que a Palavra e a Eucaristia merecem a mesma veneração (confira Dei Verbum, nº21) .

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publicado às 13:17

Autodefesa do Consumidor

por Zulmiro Sarmento, em 07.12.07

          Volto ainda mais uma vez a este tema de formação pessoal e social (que é a minha área de formação profissional).

    Sabemos que opor-se ao consumismo é nadar contra a corrente, algo muito difícil que só os mais lúcidos e com inteligência emocional, os de personalidade forte, podem conseguir. Porém, frente ao abuso e agressividade da nossa sociedade de consumo, algo se pode fazer.

Lembro-me perfeitamente de, numa altura da minha vida, quando tive de adquirir bens para rechear a minha casa quase do zero, fiz-me sócio da revista «Proteste». Ajudou-me no preço-qualidade , etc..

Dialoguemos de forma construtiva sobre esta matéria e teremos grandes ganhos, muito maiores do que os malabarismos para poupar no IRS.

          Aqui vão sete achegas que podem ajudar a conquistar de novo o nosso «eu», que queremos saudável neste domínio:

  1. Tomar consciência do funcionamento da sociedade e desmascarar as armas sedutoras da publicidade, em que somos tão acríticos.
  2. Exigir às instituições públicas que nos defendam, como pessoas e consumidores, dos abusos das empresas que trabalham para nos enganarem por todos meios possíveis.
  3. Recorrer às associações de consumidores, pedir e usar livros de reclamação que obrigatoriamente se encontram nas lojas. Denunciar e reclamar sem medo, sempre que nos sintamos agredidos e enganados.
  4. Exigir que não se comercialize nem se jogue com as ilusões e necessidades das crianças e adolescentes.
  5. Optar pelo consumo responsável, não comprar produtos que na sua publicidade não respeitem os valores autênticos nem a ética e que dêem uma imagem falsa e distorcida das pessoas.
  6. Não "ir fazer compras", mas "ir comprar" e, se possível, com a lista feita já de casa, sobretudo quando se vai a hipermercados, na altura dos saldos, ...
  7. Interrogar-se, antes de comprar: Necessito mesmo disto? É o mais barato da zona e o melhor que posso comprar? A quem beneficio adquirindo-o (exploração de menores, salários de miséria na China e outros países exploradores do ser humano, multinacionais sem escrúpulos)? E outras perguntas semelhantes que levam as pessoas a tomar consciência do que fazem, de que compram algo para satisfazer uma necessidade autêntica de uma forma ética.

 

    

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publicado às 16:29

A " Droga" do Consumismo

por Zulmiro Sarmento, em 07.12.07

          Quando falamos de drogas todos ficam a pensar no álcool, no tabaco, nas drogas ilícitas. Mas o consumismo não será uma droga?

          Não é preciso ter um olhar de milhafre para ver que todos os membros da sociedade se uniformizam, compram e vivem conforme as indicações do marketing. O consumismo é droga porque cria necessidades e dependências.

          O sistema económico que temos é muito subtil para nos manipular, para despersonalizar as pessoas, deixando-as carentes de valores morais, criando autênticos autómatos. Consegue que os indivíduos se sintam identificados entre si quando consomem tal marca, compram em determinadas lojas, usam as mesmas palavras, defendem o mesmo clube, alimentam-se de forma parecida, optam por uma carreira pensando mais no que irão ganhar que em saber se têm vocação para essa profissão... Tudo isto são sintomas da doença do consumismo.

         O consumista converte-se num objecto vazio que se vai enchendo de compras para se sentir pessoa.

          É uma atitude análoga à do alcoólico ou à do drogado, desses que dependem da sua droga para funcionar.

          Os consumistas chegam a ser sectários, pois sentem-se diferentes e marginalizam os que não correspondem ao seu padrão. Por exemplo, não é raro que nas escolas dos diversos níveis se ridicularizem as crianças e adolescentes que não usam tal marca de ténis ou de roupa, ou porque os pais têm um automóvel da "Guerra de 14". E dentro das escolas, que se saiba, não são os (maus) professores - segundo a senhora ministra - a ter esta atitude para com os seus alunos. O consumista, por exemplo, se ler este artigo, vai cuspir-lhe em cima, porque nunca está convencido que o é...

          Os consumistas vivem dia a dia, não conseguem prever o futuro, enchem-se de dívidas acima do valor dos seus ordenados, hipotecando até a dignidade e carecem de critério próprio. São ególatras , insolidários , indolentes e imitadores. Só se mobilizam quando o diz a televisão.

          Dizem coisas como isto: " É verdade, disse-o a televisão!"; " Compro tal marca porque a usa tal cantor, tal artista, tal figura do jet-set e eu vi numa revista"... Não têm capacidade de análise, são uma espécie de teledirigidos que não distinguem o bem do mal. E a cura para esta doença não se alcança em dias, nem em meses... às vezes requer tratamento especializado (assunto tabu nos nossos meios).

Nota: no saco de compras pode ler-se que "O SHOPPING É UMA DROGA E CAUSA DEPENDÊNCIA. NÃO EXPERIMENTE".

         

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publicado às 11:07

«PESCAR O ADOLESCENTE»

por Zulmiro Sarmento, em 06.12.07

             Todos os grupos e sujeitos têm uma igual propensão ao consumo.

          Diz-se, porém, que as pessoas da classe média são mais propensas, porque se movem entre o medo de descer para a escala inferior, e o de não chegar nunca à classe superior, à qual aspiram. O medo envolve-as na dinâmica do consumo.

          O que acontece na escala sociológica, sucede na psicológica. Por isso, a adolescência, sendo uma etapa transitória de insegurança e de busca de modelos de vida, é um lugar ideal para pescar consumidores. E os magnatas da publicidade sabem isto melhor que ninguém. E, por isso os adolescentes são também envolvidos na dinâmica do consumo.

           No passado, quando não existiam os poderosos meios de comunicação de hoje, o adolescente buscava os meios de identificação apenas em alguém que estivesse perto dele, uma pessoa de carne e osso que possuía algumas características que ele considerava como atraentes. Podia ser um irmão mais velho, um primo, um amigo da família, um professor, um padre, um funcionário exemplar... Alguém com quem se estabelecia uma relação afectiva personalizada.  

           Contudo, agora a publicidade, a televisão, as revistas, a net , têm o papel de oferecer personagens a imitar. Pode ser o protagonista de um anúncio, de um filme, de uma série da televisão, de uma telenovela, de um conjunto musical, dum desportista... Estas personagens são mais atractivas que qualquer realidade, porque estão endeusados e falsificados" pela imagem e pelo que nos contam deles. Quase sempre maravilhas e dinheiramas que auferem, porque os «podres» deles são remetidos para segundo plano, mas não deixam de ser sujeitos com "pés de barro"... com vivências que deixam muito a desejar!

          Os adolescentes são pescados para o consumismo pondo-os diante de personagens irreais e sem autenticidade para que os imitem, aproveitando-se da sua necessidade natural e sã de imitação. Porém, não passará muito tempo sem que se sintam decepcionados com tais modelos.

          A proposta seguinte da publicidade é que encham este vazio comprando coisas, sempre mais coisas, metendo-se no circuito viciante da moda.

          Isto não é algo que se faça descaradamente (a publicidade é a "entidade" mais mentirosa que existe sob a capa da maior ternura e compreensão pelas vítimas), mas é a lei que funciona na sociedade de consumo e se pode resumir da seguinte maneira: Provoca pessoas insatisfeitas e terás bonecos (marionetas) consumistas!

 

        

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publicado às 13:57

Felicidade = Consumismo?

por Zulmiro Sarmento, em 05.12.07

          Vivemos (a par com dois milhões de pobres em Portugal) numa das épocas mais prósperas. Cada dia que passa somos surpreendidos com novas comodidades e progressos. No mercado nós encontramos cada vez mais produtos necessários e desnecessários a seduzirem os potenciais consumidores.

          A publicidade afirma, de forma dogmática, que essa felicidade que todas as pessoas buscam se encontra no consumo desses produtos. Neles está a força, a saúde, a vida, o amor, a paz, o vigor, a alegria. No consumismo está a salvação.

          A publicidade encarrega-se de afirmar, dia após dia, que a felicidade está em adquirir coisas. A realidade, porém, diz-nos que não é bem assim.

          Se a felicidade consiste em adquirir coisas, porque é que as pessoas do consumismo não nos aparecem como gente feliz?

          Porquê um sentimento de vazio, de falta de sentido para a vida em pessoas desta sociedade consumista? Porquê tanta desilusão?

          A felicidade não se compra nem se vende. Ela está numa atitude livre e responsável perante a vida, as pessoas e os acontecimentos.

          A felicidade vem de dentro de cada um de nós. Ela nasce dentro de um coração e de uma inteligência que buscam a verdade.

          A felicidade pode saborear-se quando a pessoa se decide a amar e a servir os outros, especialmente os pobres e infelizes.

          A felicidade é projecto dos que trabalham por fazer deste mundo um jardim maravilhoso.

          A felicidade não é igual a consumismo. Ela parte do fundo de nós mesmos, de uma opção ( fundamental ) de vida que se faz. Para os cristãos, está no Evangelho de Cristo, sobretudo nas chamadas bem-aventuranças.

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publicado às 13:49

Consumismo e consumo

por Zulmiro Sarmento, em 04.12.07

             Chega a época de Natal e tudo, mas mesmo tudo, convida ao consumo.

          Depois vem o dia do pai, da mãe, dos namorados, etc..

          Vivemos numa sociedade onde estamos todos metidos na espiral do consumo, onde muitos buscam a felicidade no possuir bens, onde se pescam sobretudo as crianças e adolescentes como bons consumidores... e onde é preciso sabermo-nos defender contra a droga do consumismo exagerado. Quem já não viu uma criança aos altos gritos colado a uma montra com exigências aos pais...?

          Consumismo significa consumir com ansiedade, comprar mais do que se necessita, comprar apenas pelo prazer de comprar.

          Consumir ( do latim "consumere": gastar, destruir) quer dizer comprar simplesmente o necessário para viver como pessoa.

          O consumo é uma necessidade. Mas o consumismo é desnecessário pois incita, com diversos meios publicitários, a adquirir coisas prescindíveis, não necessárias, e provoca o consumo exagerado como atitude permanente.

          Existe um círculo vicioso que leva as pessoas ao consumismo. Eis as suas fases:

1ª - A publicidade fomenta a necessidade de consumir tal ou qual produto. As pessoas, seduzidas pelas bem estudadas técnicas publicitárias, caem como que na ratoeira e vão comprando produtos desnecessários.

2ª - As pessoas vão enchendo as suas casas com coisas e mais coisas, muitas delas supérfluas. A cada passo mudam de automóvel sem razão aparente ( mas há quem o faz para mostrar nas ventas de alguns que - agora sem paróquias-  não precisa de «roubar em paróquias» para ter um!), de mobília, de roupa. E isto enquanto ao lado há necessidades flagrantes.

3ª - Como as pessoas correm para os hipermercados a comprar coisas e mais coisas, as fábricas têm muito trabalho e os patrões ganham muito dinheiro. Até porque muitos trabalhadores passam dezenas de anos nessas empresas sempre e sempre com o ordenado mínimo...

4ª - As pessoas , mesmo que os lucros fiquem na maior parte só para os patrões e alguns (muitos?) sem pagar IRC ainda por cima, resignam-se a esta situação, que é preferível ao desemprego. Com ele viria a miséria e o rendimento de reinserção social. E, por isso, continuam a produzir.

5ª - E assim as pessoas vão produzindo e vão consumindo. Ganham os senhores das grandes indústrias e ganham as pessoas, que julgam comprar, nos hipermercados e outras superfícies comerciais, a felicidade.

          O mais inquietante é que o consumismo converteu-se numa forma de vida que torna praticamente a solidariedade.

          Não interessa saber nem se pensa sequer se o vizinho do lado tem ou não tem, ou se está a morrer de fome. O consumismo expulsou a solidariedade. E os pobres em Portugal já são milhões...

          O resultado do consumismo é a redução da pessoa a consumidor, um ser vazio de valores e de espiritualidade, que se move por dinheiro, pela moda, pelas coisas, pelo prazer de possuir. Converte-se assim num escravo do ter.

          Se aparece alguém a apelar para outros valores pelos quais vale a pena orientar a vida, corre o risco de encontrar alguém que lhe diz: " Deixa-te de conversas de treta! O importante é curtir, é gozar, para penar já passaram por isso os nossos pais e avós".

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publicado às 12:41


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