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Continua a afirmar o bispo Carlos Azevedo na entrevista que lhe fizeram antes da viagem dos bispos portugueses de visita ao Papa para prestar contas pastorais:
—« A prática de um certo catolicismo popular ainda é um sustentáculo de alguma ligação à Igreja. Apesar das pistas dadas para evangelizar essas práticas populares, essas ficam muitas vezes reduzidas à sua expressão natural. Não se lhes dá uma vertente cristianizada ou evangelizada (nota minha: não faltava, senhor bispo, mesmo mais nada! Pensa que estou disposto a ver uma faca e um alguidar à minha porta por parte dumas alminhas escandalizadas e doentiamente ciosas das suas coisinhas santas?!).»
— « É preciso uma experiência de Deus. Muitos ainda não se encontraram com Cristo, apesar de terem alguma prática religiosa. Muitas vezes ficamos admirados como é que as pessoas, de manhã, vão a uma celebração, à tarde, vão a uma seita, e, à noite, vão à bruxa. . Isto significa que há uma aspiração espiritual muito vaga. As pessoas sentem necessidade de algo mais, mas não é uma opção profunda por Cristo.» (O itálico é meu, claro está, pela perturbação razoável que isto me provoca).
À pergunta se o clero é mau professor, diz o bispo entrevistado que «a transmissão da fé não passa apenas pelos pastores. Passa por toda a comunidade cristã, sendo fundamental, na Igreja portuguesa, a urgência da formação de cristãos adultos. Refere que é uma das lacunas da Igreja em Portugal. O «chavão» da Nova Evangelização significa um modo novo (nova linguagem, novo método, novo ardor) de despertar atitudes para a vivencia da fé nos já baptizados. Nota-se falta de coerência nos valores e na dimensão vivencial dos cristãos. É fundamental recorrer à diversidade de formas pastorais na Igreja. Nem todos, por exemplo, têm uma apetência para seguir uma metodologia carismática ou neo-catecumenal , que é o exemplo de movimentos que estão numa fase crescente. Mas há paróquias que também têm sucesso, mas são menos faladas. Como a cristandade acabou é necessária uma nova forma de prática pastoral, tal como João Paulo II apelou. Temos uma pastoral muito erótica porque fica apenas nos desejos. Fazem-se análises objectivas e interessantes, mas não há quem dê corpo às soluções apontadas. Ir a missa ao domingo não deve ser uma «obrigação» mas o celebrar a fé, porque onde a indiferença reina, a Igreja deveria assumir um papel congregador . As celebrações implicam alegria, mas essa é , muitas vezes, escassa nas eucaristias. O celebrante, muitas vezes, tem de fazer um esforço para animar a comunidade. As pessoas estão sisudas e dão respostas sem vivacidade. Os cristãos quando entram na igreja colocam uma cara de sexta-feira santa. Temos um cristianismo pouco pascal e demasiado quaresmal. É reduzida a perspectiva de acolher o cristianismo como salvação e esperança.»
Mas o dito bispo ainda tem mais umas coisas ditas que hão-de chegar aqui a seu tempo.
Perante isto só me fica bem trazer para esta página, esta linda foto que espelha bem o que anda por aí a nível de religião e crendice...