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Catolicismo em mudança(?!) - 1

por Zulmiro Sarmento, em 06.11.07

          O bispo Carlos Azevedo, secretário da Conferência Episcopal Portuguesa, numa entrevista de cinco páginas à Agência ECCLESIA , analisa a realidade da Igreja que está em Portugal, sem papas na língua, como é seu timbre. E fá-lo numa altura importante: a proximidade da visita canónica de todos os bispos portugueses ao túmulo de Pedro com tudo o que significa, de facto, esta viagem pastoral. Os bispos levarão certamente um rosto ou imagem da Igreja no seu todo português ( que se encontra de forma um pouco «seca»  no Anuário Católico e através de estatísticas) e de cada diocese em particular.

Vou, pois, respigar apenas alguns tópicos da entrevista e que chamam mais a atenção pela veracidade e frontalidade com que o bispo Carlos costuma enfrentar a realidade.

          Tudo palavras dele:

          — «Concluímos que, nos últimos anos, há um decréscimo de frequência da prática dominical. Notamos , a nível da realidade pastoral, uma dificuldade de relação com a juventude e com as questões da família. Há um crescimento de alguns movimentos, sobretudo os Neo-Catecumenais que em algumas dioceses têm uma implantação forte e têm formado muitos cristãos. A nível dos seminários e de ordenações para o ministério presbiteral há um decréscimo desde o ano 2000. Por parte das dioceses não tem havido uma preocupação de lançar uma pastoral vocacional. Uma preocupação que aflige apenas verbalmente...»

          — «Quanto à reflexão sobre o porquê do decréscimo da prática dominical é como a época dos incêndios - toda a gente está preocupada na altura - mas, passada essa fase, espera-se pelo ano seguinte. no ano 2010 ou 2011, quando se fizer outro censo dominical, ficaremos preocupados. Até lá ficaremos descansados. Claro que houve reflexão, mas depois não existiu um conjunto de medidas eficazes e operacionais que atendessem e estes problemas . As celebrações continuam a ter pouca beleza. Muitas vezes as homilias são mal preparadas. A música litúrgica não aumenta de qualidade, a formação de cristãos com sentido de vida comunitária também é escassa. Quando se fazem actos relacionados com a religião individual - caso das procissões ou grandes festas - as pessoas aderem. Isto não significa nada do ponto de vista comunitário porque muitas vezes não passa de uma mera religião natural que tem pouco fundamento cristão e evangélico. Perante a leitura dos dados é fundamental "arregaçar as mangas" para formar cristãos. Para superar as dificuldades de diálogo com a juventude e a família é preciso apostar na construção de lares que sejam igrejas domésticas e ser mais profunda a transmissão da fé para as novas gerações. Os dez anos de catequese não estão a formar cristãos. Os milhares de crismados feitos todos os anos nas dioceses não são cristãos de corpo inteiro nas comunidades cristãs. Não rejuvenescem as comunidades cristãs. Estas situações obrigam-nos a parar para pensar. É fundamental a vitalidade cristã. Temos que reconsiderar a forma de fazer pastoral.»

           Mas o homem não fica por aqui. Há coisas que ainda  o referido bispo referencia na dita entrevista que é do chão se abrir... Mas fica para o próximo. Para se ir mastigando e ruminando como convém este pedacinho.

E já perceberam: eu não gasto mais energias com tolices ditas cristãs e católicas que não valem uma pevide para a salvação... E também não sirvo para jarrão de sala, como que para enfeitar coisinhas ditas santas!

Apetece tantas vezes pedir, como os discípulos de Cristo: Senhor, queres que mandemos fogo e enxofre sobre "aquela" paróquia...? O pior é que são várias as necessitadas duma limpeza profunda...!

Estamos numa situação semelhante à da foto: velhos das Lajes a olhar para anteontem...

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publicado às 13:58


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