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Pedi, por escrito, ao presidente do conselho executivo da escola cardeal Costa Nunes a dispensa de alguns dias no fim de Julho, mas antes do meu período de férias, para participar numa espécie de retiro espiritual em Fátima, com cerca de mil e quinhentos cristãos dos diversos serviços da Liturgia, no Centro Pastoral Paulo VI. Compreender melhor que por símbolos e sinais e gestos se expressa e compreende melhor a fé em Jesus Cristo. A palavra e o rito tem de ser bem explicitados. É uma oportunidade única já que outras realidades promovidas a nível de diocese, de muito interesse, são incompatíveis com o serviço de professor de educação moral e religiosa católica numa escola a nível de tempo para formação espiritual. Ser professor tem também as suas limitações neste campo durante o período lectivo. A compreensão dos dirigentes da escola tudo tem ultrapassado. Um obrigado sincero da minha parte ao sempre disponível, sensível e compreensivo professor Manuel Tomás pelo «Autorizado».
Houve em Fátima um pequeno acidente que constou duma vértebra rachada em cima dum passeio o que me levou três semanas de algum mal estar físico mas sem me deixar ir abaixo. As obras da nova igreja implicou muita pedra de passeio fora do sítio...
Após Fátima entra em cena a menina professora Ana Ernesto que me vai buscar à casa da Senhora das Dores para rumarmos a Taizé na França de autocarro num percurso de vinte e cinco horas, com engano no percurso e tudo (e com uma condução péssima onde se lia o jornal «O Jogo» estendido sobre o volante enquanto se ia de vez em quando vendo a estrada...). Pela queixa apresentada por alguém anónimo, de regresso eram outros os condutores e tudo o mais. Esta professora do 1º ciclo tinha anteriormente experimentado a vivência de Taizé, dado o seu espírito tipicamente aventureiro e por isso tratou das inscrições, alojamento e alimentação, via net. E foi também a nossa tesoureira. E tudo começou pela Páscoa quando o padre Paulo Areias me falou desta sua amiga que tinha conhecido anos antes por altura duma «missa nova» em São Miguel. E que a partir daí o tem ajudado imenso quando se desloca ao Continente por questões de saúde, conhecidas de tantos. Tive oportunidade de a conhecer melhor num longo passeio pelas estradas do Pico num famoso BMW e durante a estadia na aldeia de Taizé, em algumas longas conversas, e daí concluir da sua simplidade de vida, desprendimento, serenidade, espírito serviçal sem nada querer obter em troca, da sua fé, voz bonita (canta melhor que um rouxinol!), amadurecimento humano e cristão que se reflecte no acompanhar um grupo de jovens na aldeia onde lecciona. Porta de casa sempre aberta a quem necessita de uma ajuda. Uma simpatia e empatia que irradia e onde nos sentimos bem quando estamos por perto. Testemunhos de outras pessoas me disseram o mesmo por isso julgo estar a ser objectivo. Não é muito frequente encontrarmos hoje pessoas assim, com estas características humanas e cristãs. Por exemplo, nestes dias que correm, lá está ela ao lado do padre Paulo Areias que se encontra internado num hospital de Lisboa, dado que foi sujeito a uma melindrosa (julgo eu) intervenção cirúrgica. Tratou-lhe de tudo e atempadamente dado que a qualidade de vida deste padre estava a deteriorar-se a olhos vistos. Em Taizé vi nele um rosto de sofrimento em diversos momentos.
Na escola (dado que Taizé e a sua comunidade ecuménica são modelos de vida cristã a referir no programa novo a implementar) tenho mostrado imagens em powerpoint e dvd sobre o que significa milhares de jovens de mais de setenta países rumarem semanalmente àquele profético lugar donde se traz recordações de vida e desejos de levar à prática nos nossos meios aquela vivência limpidamente evangélica onde tudo é vivido e experimentado em comum. E com jovens e adultos e casais com crianças de todas as Igrejas (anglicana, luterana, calvinista, ortodoxa, católica...). Como nas primitivas comunidades cristãs referenciadas nos Actos dos Apóstolos. E os miúdos têm aderido à mensagem que fiz passar e que foram um pedacinho de vida saboroso do meu Verão diferente. E que ansiava faz tempo. Não podia mais ser adiado.
Vou continuar com o resto do mês de Agosto porque há mais uma professora do 1º ciclo que é o meu "anjo da guarda" desde 2000, e dela tenho um testemunho muito bom.