Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
A inveja é um defeito escondido por detrás do nosso orgulho, perigosa erva daninha que nos prejudica imenso, até psicologicamente.
Quando o nosso povo, na sua sabedoria empírica, diz que o invejoso não engorda, quer precisamente dizer que aquele que olha para a vida dos outros com um velado sentimento de alegria quando os desaires e a tristeza os fazem sofrer, ou então com um certo sentimento de tristeza quando os outros têm razões de alegria, esse invejoso não tem o espírito tranquilo, o que não permite que o organismo funcione bem: não aproveite o que come, não engorde...
Mas a inveja ambiciosa leva muitas vezes o ambicioso à frustração, como verificamos nesta fábula.
Um cão atravessava, certo dia, uma pequena ponte com um osso na boca. Parou, olhou para o rio e viu outro cão que levava na boca um osso muito maior.
Levado pela inveja, desejou logo aquele enorme osso, com que se iria consolar. Saltou à água, largando o seu osso para apanhar o maior.
Ilusão! O outro cão era apenas o reflexo dele próprio na água. E a sua inveja fê-lo sair molhado e com mais fome ainda...
Uma fábula simples. Mas uma maneira de ensinar os homens com os animais. O desejo de mais riqueza, de mais dinheiro, de mais poder, muitas vezes cega, não deixa ver com objectividade as situações, donde tantas vezes se sai humilhado, derrotado e frustrado como o cão daquela fábula...
Isto não são manias minhas! Presentemente encontro-me em investigação pela Polícia Judiciária porque uma alma penada, que agora vive como um farrapo em São Miguel, entendeu que eu ganhava demasiado como professor profissionalizado no quadro de nomeação definitiva e que seria certamente um engano crasso dos serviços administrativos da escola. Teria, segundo as suas suspeições peregrinas, de devolver milhares de euros aos cofres do Estado. O gajo nem com esclarecimentos autorizados e bem fundamentados, que almas caridosas lhe deram, se convencia. Para mais eu era (e sou) bacharel e o dito cujo licenciado... E assim vai a vida de cada um. E não há ninguém que não tenha uma história fruto de invejidades saloias, mesmo dentro das próprias famílias... por causa, por exemplo, de heranças e testamentos! Enfim!