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No tempo de férias, muita gente abandona cruelmente os seus animais, principalmente os seus gatos e os seus cães.
A propósito disto lembro o meu «Noddy» à conta de meu irmão, enquanto estou ausente, que com unhas e dentes proteje a minha casa, mas também uma curiosa oração que qualquer pessoa pode encontrar esculpida na pedra, à entrada de uma ermida dedicada a Santo António, numa aldeia perto de Málaga, na Espanha.
É a «oração do cão, com bastante profundidade e realismo.
Diz assim:
Senhor de todas as criaturas,
faz que o homem que é meu amo
seja tão fiel para com os outros homens
como eu sou para ele.
Faz que ame a sua família e os seus filhos
como eu os amo.
Faz que guarde honestamente
os bens que lhe hás confiado,
como honestamente guardo os seus.
Dá-lhe, Senhor, um sorriso fácil e espontâneo,
como fácil e espontâneo
é o mexer da minha cauda.
Faz com que esteja tão inclinado ao agradecimento,
como eu estou pronto a acarinhá-lo.
Conserva nele a minha juventude de coração
e a minha alegria.
Senhor de todas as criaturas,
do mesmo modo que eu sou sempre verdadeiro cão,
faz que ele seja sempre verdadeiro homem.
Para lição dos homens, pouco mais há a acrescentar.
A petição final — do mesmo modo que sou um verdadeiro cão, faz que ele seja sempre um verdadeiro homem — recorda-me o apelo do fundo do coração do papa Paulo VI quando veio a Fátima em 1967: «Homens, sede homens».
Há muita gente que não é verdadeiramente homem: no seu pensamento, nos seus sentimentos, nas suas emoções, no seu comportamento.
E aquela gentinha de agora que gosta de se afirmar, com o que tem e o que não tem, com cães de raça e perigosos, sem o mínimo de preparação para os ter?! Que quer mostrar aos outros essa gentinha? "Status" social? Francamente!!
Este "novo riquismo"... tema para outra conversa.
Post scriptum(depois do que está escrito): Na revista «Nova Gente» nº 1614 deste mês de Agosto lia a seguir: « Há um ano que o número de cães abandonados disparou em Portugal. A Liga Portuguesa dos Direitos dos Animais alerta que os canis estão a abarrotar e que o abandono deixou de ser um fenómeno de Verão. O abandono de cães de raça também está a aumentar, em especial as raças pitbull e rottweiler. Se têm o azar de ir parar a um canil municipal, passados sete dias são abatidos. Nos outros, podem ter esperança de ser adoptados.»
Dá mais trabalho e despesa tratar um cão das tais raças do que ter uma criança no casal... A vida tá muito cara... "Crienças" não!!