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Diário de viagem
Vivem em nove belas Ilhas no
meio do Oceano Atlântico.
Dizem ser o centro do Mundo, os últimos
picos da Atlântida - o Continente perdido,
a terra de Neptuno.
Falam de forma diferente.
Cozinham a comida em buracos
na terra, com o calor dos vulcões.
Fazem jogos com touros e perdem
quase sempre.
Nadam com golfinhos.
Mergulham com baleias que antes caçavam
em pequenos barcos e depois
gravavam-lhes os dentes.
Há 500 anos que resistem a tremores de terra,
a tempestades com ventos de 250 Km por hora,
a ondas do mar com 20 metros.
Pescam os maiores peixes do
Mundo - espadartes e atuns.
Dividem os terrenos com flores,
principalmente hortênsias.
Criam vacas e chamam-nas
pelo nome próprio.
Comem comida temperada com especiarias
vindas das Índias, Áfricas e Américas.
Festejam o "Espírito Santo" que
dizem ser o seu "Senhor".
Usam uma ave - Milhafre - como seu
símbolo mas chamam-se
Açorianos.
São uns estranhos e simpáticos loucos!
Este conteúdo escrito foi extraído do postal com edição do Peter Café Sport e é da autoria de José Henrique Azevedo, agora seu digníssimo proprietário. Este estabelecimento comercial tem várias valências. Para muitos visitantes, o museu, o café mais o seu gin tónico, a observação de cetáceos e outros percursos, e a loja de souvenirs, são algo que não dispensam se a visita é a Horta (Faial, Açores). Da referida loja de recordações tenho sido razoável cliente adquirindo de tudo um pouco, ou uma peça, desde loiças fabulosas, carteiras de cabedal, roupas entre uma imensa variedade de produtos ao gosto de cada um. E todos sempre com o conhecido mundialmente logotipo azul que dá aos produtos um valor acrescentado. Tenho amigos que ao receberem de mim uma peça do "Peter" ficam radiantes e guardam-na como uma relíquia.
Nunca vi nada tão tocante e escrito para definir os Açorianos ( os "Açoriános", como pronunciam alguns continentais atoleimados, como ouvi duns arruaçeiros em viagem na cauda dum avião).
Neste Dia da Autonomia ( da Região Autónoma dos Açores), da consciência de que «antes morrer livres que em paz sujeitos», da certeza do que mais nos une - a devoção ao Espírito Santo - de Santa Maria ao Corvo, passando pela Califórnia, Santa Catarina do Brasil, Havai, Casas dos Açores por tudo o que é cidade ou região de concentração destes ilhéus que somos, das Comemorações grandiosas que se fazem nesta "2ª feira do Espírito Santo" (este ano de 2007 em São Roque do Pico), queria sublinhar da minha alegria incontida por ser Açoriano e picoense e, também, por referir esta realidade com os povos (comunidades cristãs católicas) a quem tenho servido ao longo destes mais de vinte anos nos Impérios, Coroações, e Missas Votivas do Espírito Santo.
Sempre peço a uma instituição que se faça representar com a bandeira azul e branca nas cerimónias religiosas, que os paus de bandeira engalanando caminhos tenham o branco e azul como cores predominantes juntamente com o vermelho e branco das Irmandades que servem o Divino, que as nossas Festas Maiores são o nosso genuíno cartão de visita para quem vem até nós com curiosidade e respeito. A arte de bem receber tem o expoente máximo nestas festividades. Indiscutível.
Não gosto da expressão, algo jocosa para assunto tão sério, de "dia da pombinha". Revela, para mim que alguma fé esclarecida foi chão que já deu uvas.
Orgulho-me dos corajosos governantes que instituíram este dia fabuloso já em ritmo de Autonomia. Que Deus lhes pague pelos valores humanos e cristãos que quizeram sublinhar de forma tão efusiva.
E que me desculpe o senhor José Henrique Azevedo do «Peter Café Sport» pelo atrevimento de o citar a partir do postal tão símbolo do que nós somos! E já agora não deixem de fazer uma visita às suas lojas e museu e comprar o dito postal se ainda existe à venda. Quando saio da Região levo sempre algo para vestir que me fale de baleias, golfinhos e do logotipo que inspira alguma vaidade em quem o transporta...
Somos únicos. Vivamos esta diferença como identidade muito nossa. Sem complexos de qualquer natureza.
Açores e açorianos: SEMPRE!