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Gosto de ouvir as pessoas dizerem, perante cargos difíceis, que não têm medo, porque isso revela a cultura da coragem ao longo do tempo, perante todas as situações.
Certo indivíduo, numa hora em que tinha de tomar uma decisão arriscada, consultou um amigo bastante mais velho — os mais velhos têm mais experiência — e pediu conselho. O amigo escrevinhou umas palavras num papel e empurrou-o sobre a mesa em direcção ao outro.
Apenas esta frase simples... «Sê destemido e forças poderosas virão em teu auxílio».
Foi esta palavra que o ajudou naquela hora e em muitas outras pela vida fora. Sempre que tinha de decidir por opções difíceis, ele se lançava sem se deixar entorpecer pelo medo, sem deixar amarrar-lhe as asas o receio do insucesso, ou da crítica ou da opinião pública adversa. Isto que acabo de referir a maior parte das vezes paraliza-me completamente...
E todos nós sentimos essas forças poderosas a ajudar-nos nessas horas duras: forças latentes que possuímos, como a energia moral, a clarividência, a palavra certa, a criatividade para descobrir soluções alternativas, e até energia física que desconhecíamos.
E essas forças geram, muitas vezes, situações de êxito e até de heroísmo, como verficamos em tantos casos admiráveis de salvamento com bombeiros e outras pessoas, mesmo jovens e crianças, que nunca imaginávamos tanta adrenalina...
Mas quantas vezes a coragem gera mais coragem e entusiasmo e dinamismo.
Um famoso alpinista dizia que, por vezes, ao escalar uma montanha, se via numa posição tal que tinha mesmo de continuar a subir. «Quando não podemos senão subir, subimos com mais facilidade».
Assim na vida de todos os dias: sabendo que a tarefa que assumimos é subir, mesmo cansados ou desgastados, venceremos as etapas mais duras, porque as nossas forças interiores (com a ajuda das divinas, mesmo para quem não é crente) vão ajudar-nos a subir com mais facilidade.
Quando regressei ao Pico depois duma longa epopeia de Verão (no dizer do padre Marco Martinho) tinha no correio electrónico um convite para fazer o prefácio dum livro de pessoa minha amiga e distinta em certo tipo de literatura de formação pessoal e social, entre outras. E de ser co-autor do livro a ser publicado. Ainda sinto um gelo na espinha. E não dei ainda a resposta para o Algarve. O medo do risco, insisto, paraliza-me tantas vezes. E estou convencido que algumas pessoas chegadas me valorizam mais do que aquilo que realmente sou e tenho. Por isso, paciência... embora pareça contradizer-me.