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Neste último domingo,dia 8 de Julho, anunciei na Igreja Matriz de Santa Maria Madalena, substituindo o padre Marco Martinho em merecidas férias, tal como prevê o Código de Direito Canónico, que este fazia no dia seguinte sete anos da sua Missa Nova e que, já regressado, celebraria com a Comunidade esta data.
Este foi o pretexto que me faltava para começar a alinhavar umas linhas que correspondem ao meu sentir sobre a sua pessoa como homem e padre.
Lembro-me, como se fosse hoje, da campanha sorrateira que empreendi para que ele tivesse o serviço de Ouvidor (Vigário da Vara, Arcipreste) na Igreja que está no Pico. Sempre acreditei que havia no padre Marco Martinho a capacidade de liderança, de diálogo, de empatia, de diplomacia, de discernimento, entre outras, que o Pai celeste pela natureza lhe dotou. E os resultados estão já à vista, com um saldo invejável, e muito certamente esperamos ainda. Pelo menos eu espero.
Importa evangelizar, não de maneira decorativa... mas em profundidade, dizia o (quase) destemido papa Paulo VI. E o padre Marco vai com esse rumo.
Tenho tido a sorte imerecida de privar pelo diálogo amistoso, pela partilha pastoral, pelo abrir o coração e a alma em verdadeira confidência com este jovem padre. E estou certo serem recíprocos os sentimentos. Alegra-me imenso a admiração que o bispo diocesano António nutre por ele. Terá esta diocese um padre, como o Marco, tão fiel, tão amigo, tão confidente do seu bispo!? Em que o bispo confia e deposita tanta confiança!? Certamente o padre Marco atingiu este nível em virtude da sua personalidade rica.
Este padre,meio do Faial, meio do Pico, tem-me surpreendido ano após ano. Pela sua capacidade de adaptação, de confronto saudável, de verbo inflamado (já em desuso), de engolir sapos vivos sem um queixume, de não fazer juízos precipitados e temerários, que se actualiza a cada dia que passa para responder sempre aos novos desafios que a Igreja que está no Pico enfrenta dentro da sociedade em que está inserida com tantos valores e contravalores.
Um homem de Igreja e da Igreja!
Por estes dias sairá no Jornal Ilha Maior, em entrevista sabiamente conduzida pelo seu director Manuel Tomás, muito do seu sentir e viver, e que nalguns espíritos tacanhos, saudosistas, restauracionistas e retógrados, soará mal e inoportuna, para não dizer moralmente incorrecto. Mas que é um grito de esperança evangélica, lá isso é! Oxalá que muitos mastiguem e saboreiem mais esta lufada de ar fresco que brota na Igreja que está no Pico.
Agradeço-lhe publicamente o facto de particularmente, e não só, me elogiar, fomentar a minha auto-estima, de deitar água na minha fervura atempadamente e de ser uma ajuda preciosa na minha vida pastoral paroquial dando o toque final aos assuntos para os quais a coragem e o desassombro me faltavam. Hoje as coisas estão muito diferentes. Estão. Foi preciso exercer o conceito de assertividade sem peias nem cadeias.
Muito obrigado padre Marco. Saio (para outros serviços) com um sorriso nos lábios de que tudo o que sonhámos juntos valeu a pena. Às vezes deu-me a impressão de que fomos dois "mafiosos", no bom sentido da palavra, se é que o tem. Bom, duma coisa nós os dois estamos convictos: já tirámos debaixo de algumas galinhas chocas, que andam por aí, ovos, sem elas darem por isso. E quanto já nos rimos juntos por essa façanha matreira! Alto lá: tudo, objectivamente, a bem da Igreja e da salvação das almas... e do: cada macaco no seu galho!
Um abraço, daqueles grandes e pesados que gostas de dar aos colegas e irmãos no sacerdócio.
... Ele gosta muito de procissões e dá muita, mas mesmo muita dignidade a elas. Aqui fica o registo "roubado" duma procissão terrestre e marítima que, no passado, na sua ausência, com o mar encrespado e a alva em balão pela força da aragem, passei suores frios...
Mas o padre Marco, segundo o meu escrever bloguista, sabe muito bem o que são suores frios... por causa do "senhor Reitor"... mas acho, também que ele já fez tudo o que estava ao seu alcance. Honra lhe seja feita.
Enfim... um padre diferente pós-conciliar. Com uma forma interessante de manisfestar com desassombro o que o Concílio ainda pode oferecer à sua Igreja.
Um registo merecido que se impunha. Porque nem todos cabem dentro do mesmo saco!!
Toda a gente sabe que basta um frade ruim para dar que falar a um convento.